Dear 80's

Naquele tempo pairava um aroma de de Drakar Noir, haxixe misturado com perfume Bic.
Foram tempos sem telemóvel, de cabines de telefone com cheiro a mofo, Pac Man, e a cor que imperava era o preto. Um preto com várias nuances.
Uma cor que quer ser aceite, que quer transgredir, que transporta sonhos e mostra realidades por vezes difíceis de serem aceites.
Tempos do Spectrum (para quem podia ter), botas Dr. Martens, dos crachás (hoje pin’s) - gosto + de crachás, e maquillage e penteados (as nossas poupas) de todas as formas e feitios.
O meeting point era uma sub-cave guardada por uns senhores que todos queriam cair em graça. E que nos fazia rumar a ele todas as Sextas-feiras á noite e Sábado. Era o tempo das matinés (mal vistas), por não serem noite.
Entrando, o negro imperava quase como uma ordem a que ninguém podia fugir. A luz ultravioleta marcava também a sua presença tornando possível o deambular e os encontros.
Chegada a hora a música (para mim Passenger-Siouxsie and the Banshees) toldava-nos os sentidos e era até fechar! Aí o cheiro era do fumo da pista de dança misturado com o ressoado que, a certa altura, pingava do tecto banhando-nos com a essência de todos que ali estavam. Lá dentro todos iguais e todos diferentes.
E tudo isto se passava todas as semanas no Griffon’s.

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